
Susie Jones
Dobradiças autónomas: Desvendar o caminho a percorrer
Criado: 16/05/2025
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Atualizado: 16/05/2025
Camiões autónomos - uma ideia assustadora para alguns, mas, aparentemente, o futuro do sector da logística. À medida que a tecnologia avança no sector, a perspetiva de ter veículos parcial ou totalmente autónomos a entregar as suas mercadorias é elevada. De facto, poderá estar tão próximo como 2026, de acordo com o governo do Reino Unido, uma vez que, em maio de 2024, a Lei dos Veículos Autónomos (AV) se tornou lei.
No entanto, o que acontece quando um camião autónomo tem um acidente? Quem é responsável? Neste blogue, vamos mergulhar no mundo da autonomia, como poderá ter impacto no sector da mobilidade, quem é responsável quando ocorrem acidentes e o que pensam os condutores da mudança.
Quais são os diferentes níveis de automatização?
Existem seis níveis de automatização da condução:
Nível 0 - Sem automatização. O ser humano efectua todas as tarefas de condução.
Nível 1 - Assistência ao condutor. O veículo dispõe de um único sistema automatizado.
Nível 2 - Automatização parcial. O veículo pode efetuar a direção e a aceleração. No entanto, um humano continua a monitorizar todas as tarefas e pode assumir o controlo em qualquer altura.
Nível 3 - Automatização condicional. O veículo pode efetuar a maioria das tarefas de condução. No entanto, continua a ser necessário o controlo humano.
Nível 4 - Automatização elevada. É necessária uma delimitação geográfica e o veículo pode efetuar todas as tarefas de condução em circunstâncias específicas. O controlo humano é uma opção.
Nível 5 - Automatização total. O veículo efectua todas as tarefas de condução em todas as condições. Não é necessária qualquer atenção ou interação humana.
Como funcionam os camiões autónomos?
Sensores, câmaras e inteligência artificial permitem que os camiões autónomos conduzam de forma independente. Os programas avançados tomam decisões em vez dos condutores humanos.
Os problemas que o sector poderá enfrentar
Legalidades - Quem é responsável quando ocorrem acidentes? É o condutor, o seu empregador ou a empresa de manutenção? Abordamos esta questão a seguir.
Infra-estruturas - As nossas estradas actuais foram construídas para um mundo de motores a gasolina. Por conseguinte, as infra-estruturas têm de ser melhoradas ou substituídas para suportar as frotas de veículos autónomos, o que exige dinheiro e uma grande vontade política.
Mudanças societais - Terá também de ocorrer uma evolução nas atitudes do público. A perspetiva dos veículos com IA é assustadora para muitos, com preocupações relativas à segurança, ao acompanhamento das viagens e às zonas cinzentas do ponto de vista jurídico no que respeita aos acidentes rodoviários.
Segurança - Um sistema que dependa de redes digitais torna-se mais vulnerável a ciberameaças.
O que pensam os condutores de camiões sobre os camiões autónomos?
A segurança dos camiões autónomos tem sido um tema quente de discussão no sector, com muitos a debaterem se a tecnologia tem um padrão fiável para lidar com condições meteorológicas imprevisíveis e reconhecer obstáculos - algo que preocupa os condutores de camiões nas páginas das redes sociais da SNAP:
"Ao mínimo sinal de chuva, o meu camião perde todas as capacidades automáticas, o AEBS e o controlo de velocidade de cruzeiro. É impossível que os camiões possam conduzir-se sozinhos sem condutor nos próximos tempos."
"Isto vai matar mais pessoas nas estradas e causar mais filas de espera. Basta pensar no grau de fiabilidade da eletrónica do seu veículo Euro 6. As mesmas pessoas estão a fabricar camiões autónomos".
Legalidades - quem é responsável quando ocorrem acidentes?
Em caso de acidente, a responsabilidade pode ser transferida entre o condutor e o construtor. O tribunal deve determinar se um acidente foi causado por uma falha técnica, uma manutenção inadequada ou um erro do condutor.
Responsabilidade do fabricante
O fabricante será responsável nos seguintes casos: - Mau funcionamento do sensor
Falhas de software
Medidas de cibersegurança inadequadas
Testes inadequados
Responsabilidade do condutor/frota
Um condutor de um camião autónomo pode ser responsabilizado por um acidente se negligenciar o serviço ou a manutenção necessários para que o veículo funcione corretamente - poder-se-ia argumentar que esta responsabilidade poderia recair também sobre os gestores de frotas.
Apesar disso, ainda existe alguma confusão entre os profissionais do sector da mobilidade. Perguntámos aos condutores de camiões nas nossas [páginas das redes sociais] (https://www.facebook.com/snapaccount?locale=en_GB) quem acham que seria responsabilizado em caso de acidente com um veículo autónomo. 51% dos condutores consideraram que o condutor seria responsável, 37% sugeriram os fabricantes de camiões automatizados e 12% os criadores de software.
É evidente que é necessária uma maior clarificação entre os intervenientes no sector antes de os camiões autónomos se tornarem uma presença permanente nas nossas estradas.
Como será o futuro?
Na sua campanha revisitada [TruckPark of the Future] (https://snapacc.com/truckpark-2049/), a SNAP analisa o futuro do sector da mobilidade. À medida que a tecnologia avança, os veículos autónomos desempenharão um papel significativo na indústria, com 50% de probabilidades de as máquinas poderem substituir todos os empregos humanos nos próximos 120 anos.
No entanto, como irão eles lidar com algumas das auto-estradas mais perigosas da Europa?
A condução de camiões é mais do que estar sentado atrás do volante - é frequentemente necessário navegar em condições de estrada imprevisíveis e em constante mudança. Coloca-se a questão de saber se os camiões autónomos podem lidar com algumas das estradas mais pobres da Europa. A partir da sua campanha mais recente, [Hazardous Highways] (https://snapacc.com/hazardous-highways/), a SNAP identificou as estradas mais perigosas da Europa, com resultados que mostram a Bulgária, a Lituânia e a República Checa como as mais preocupantes.
Poder-se-ia argumentar que os camiões autónomos enfrentarão desafios ao tentarem navegar em algumas destas estradas sem interação humana. A precisão limitada do GPS, a interferência dos sensores e a falta de infra-estruturas consistentes podem complicar as coisas.